terça-feira, 13 de abril de 2010

Bob Marley

O REGGAE, conhecido e incorporado às mais variadas culturas do planeta, diz-se que é a música que mais consegue agregar diferentes tribos, etnias e nacionalidades.


foto: Chuck Krall

Bob Marley, o ícone do gênero, o primeiro grande astro vindo do terceiro mundo, foi uma figura tão especial e carismática que sua existência tomou ares proféticos. Parece que veio predestinado ao mundo sob a simbologia da união dos povos e miscigenação.

Fruto do amor de uma jovem negra de 18 anos, Cedella Booker, e de um homem branco mais velho, o capitão Norval Sinclair Marley, Bob nasceu dia 6 de fevereiro de 1945 no vilarejo de Nine Miles, interior da Jamaica.

Em apenas 36 anos de vida, não só colocou sua pequena ilha no mapa, como revolucionou a música, hábitos e comportamentos pelos quatro cantos do mundo.



Aldeia Nine Miles, onde Marley nasceu. - foto: Adrian Boot
Bob Marley viveu em sua primeira infância uma vida natural do campo. Quando tinha 8 anos, Cedella, sua mãe, juntou-se a Toddy Livingstone, pai de Bunny, seu amigo desde a tenra infância na vila de Nine Miles.
A nova família mudou-se para a capital Kingston, indo se instalar em Trench Town, uma das favelas mais impressionantes da ilha.
Cedella trabalhava como doméstica e esforçava-se para que Bob tivesse uma boa educação matriculando-o numa escola particular.

Já nesta época o garotinho Bob tinha uma ligação forte com a música. Ele e seu amigo Bunny improvisavam guitarras feitas de lata e brincavam de acompanhar os sucessos vindos da América, particularmente de New Orleans, sintonizados em um radinho transistorizado.

Eles captavam Ray Charles, Fats Domino, Brook Benton (um dos preferidos de Marley) e grupos como os Drifters, que eram muito populares na Jamaica.

Nesta época a juventude jamaicana fervia com esta gama variada de rhythm and blues americanos, mas ter um rádio transistor para captar a nova onda era luxo, por isto nomes como Clement Dodd, Leslie Cong e outros, ficaram famosos por seus sound-systems (sistemas de som), normalmente um furgão equipado com aparelhagem suficiente para fazer a rapaziada se animar com os últimos sucessos chegados dos States.
foto: Peter Simon


Clement Dodd
foto: Peter Simon - 1976

Por volta dos anos 60, o movimento R&B começou a decair nos Estados Unidos e tornou-se difícil a aquisição de discos para satisfazer a dieta insaciável de lançamentos que o povo jamaicano exigia.

Os donos dos Sound-Systems se viram então obrigados a investir no talento dos músicos locais. Começava-se a desenvolver nesta época na ilha, uma música que incorporava as tradições musicais jamaicanas com influências do R&B e das Big Bands, resultando no vibrante som do Ska.

Os donos de sound systems tornaram-se então produtores. Alugavam algum estúdio de duas pistas, descobriam algum rapaz que tivesse o talento de cantar suas emoções vividas nas ruas de Kingston, e faziam discos.

Quando Bob deixou a escola aos 14 anos, parecia ter apenas uma ambição: a música. Mas, muito para agradar sua mãe, que temia que ele se tornasse um rudie boy (como são conhecidos os delinqüentes juvenis na Jamaica), Bob arranjou um emprego de soldador.

As horas livres, passava ao lado de Bunny aperfeiçoando suas habilidades vocais. Eles eram ajudados por um dos mais célebres habitantes de Trench Town na época, o cantor Joe Higgs, que dava aulas informais de canto para artistas aspirantes que estivessem interessados em aperfeiçoar suas habilidades.

Foi numa destas sessões que Bob e Bunny conheceram Peter Tosh, outro jovem com grande ambição na música.

Joe Higgs - foto: Peter Simon


Bunny, Bob e Peter - foto: Bob Marley Foundation
Em 1962 Bob fez uma audiência para o produtor Leslie Cong, que veio a bancar suas primeiras gravações. "Judge Not" de composição de Marley, foi a primeira.
Apesar de as músicas gravadas não terem sido executadas nas rádios e chamado pouca atenção do público, só vieram confirmar a ambição de Marley de se tornar cantor.

o produtor Leslie Cong

Os "Wailing Wailers"
foto: Bob Marley Foundation

No ano seguinte Bob decidiu que o caminho a seguir seria montar um grupo. Se juntou com Bunny e Peter para formar os "Wailing Wailers".
O novo grupo tinha um mentor, o percussionista Rastafari chamado Alvin Peterson, que apresentou os garotos para o produtor Clement Dodd.

No verão de 1963, Dodd ouviu os Wailing Wailers e, satisfeito com o som do grupo, resolveu gravá-los e os pôr prá valer nas paradas

Bob Marley

Os Wailing Wailers finalizaram seu primeiro single, "Simmer Down" através do selo de Coxone, durante as últimas semanas de 1963. Já em janeiro do ano seguinte era a primeira nas paradas jamaicanas, e se manteve nesta posição durante os próximos dois meses.
O grupo, Bob, Bunny e Peter juntamente com outro cantor, Junior Braithwaite e mais duas backing vocals, Berverly Kelso e Cherry Smith, eram a grande novidade no cenário jamaicano.
"Simmer Down" causou grande sensação na ilha e os Wailing Wailers começaram a gravar com regularidade para o legendário Studio One de Coxone.

O grupo agora criava novos temas se indentificando com os Rudie Boys das ruas de Kingston. A música jamaicana finalmente tinha uma identidade e alguém que falava a mais pura linguagem do gueto.


Bob e Rita se casam - foto: Bob Marley Foundation

Nos próximos anos os Wailers colocaram mais alguns hits nas paradas da ilha, o que estabeleceu a popularidade do grupo mas, apesar disto as dificuldades econômicas que atravessavam fez com que Junior Braithwaite, Berverly Kelso e Cherry Smith, deixassem a banda.

A mãe de Marley havia se casado novamente e se mudado para Delaware, nos Estados Unidos, aonde economizou algum dinheiro para mandar uma passagem de avião para o jovem Marley, naquela altura com 20 anos. A intenção da mãe de Bob era que lá ele começasse uma nova vida.

Mas antes que ele se mudasse para a América do Norte ele conheceu uma jovem chamada Rita Anderson, e no dia 10 de fevereiro de 1966 eles estavam casados.


O imperador Haile Sellasie



Bob e a foto de Sellasie em seu violão - foto: Peter Simon

A estadia de Marley nos Estados Unidos teve vida curta. Ele só trabalhou lá o suficiente para financiar sua verdadeira ambição: a música.

Em outubro de 1966 Bob Marley, depois de oito meses na América do Norte, retornou a Jamaica. Este foi um período decisivo na sua formação.

O imperador Haile Sellasie havia feito uma visita de estado na Jamaica em abril daquele ano, e durante o período em que Bob esteve fora, o movimento Rastafari ganhou nova vida nas ruas de Kingston. Marley começou cada vez mais a se aprofundar dentro da cultura Rastafari.

Em 1967 a música de Bob já refletia sua nova crença. Ao invés de cantar hinos para os Rude Boys, Marley começou a compor temas sociais e espirituais, o que se tornou sua marca registrada e seu maior legado.

Rita Marley
foto: Adrian Boot

Marley uniu novamente Peter Tosh e Bunny para reorganizar o grupo. Eles simplificaram o nome original "Wailling Wailers" para "The Wailers".

Rita tinha iniciado sua carreira como cantora e alcançou um grande sucesso nas paradas com a música "Pied Piper", uma versão cover de uma música pop inglesa.


"The Wailers"
A música jamaicana estava se transformando. O agitado ska tinha sido substituído por um ritmo mais lento e sensual chamado rock steady.
O compromisso que os Wailers vinham assumindo com o Rastafarianismo provocou um certo conflito com o produtor Clement Dodd. Então eles decidiram controlar seu destino fundando seu próprio selo, Waili'N'Soul.
Devido à ingenuidade dos garotos nos negócios,
apesar de terem conseguido algum sucesso no princípio, a firma acabou falindo no final de 1967.

Biografias

The Itals

Biografia


The Itals


A palavra "ital" na giria jamaicana ou propriamente na linguagem rasta quer dizer "natural" e refere-se principalmente à comida: aquela que não é enlatada ou artificial, com tendência vegetariana, abrindo exceção geralmente para o peixe. É como se fosse uma derivação de "vital", algo puro e natural. É óbvio que o nome é altamente sugestivo para uma banda que assume assim a sua proposta mais natural em relação ao som, ou seja, mais raiz, mais "root".

O grupo Itals na verdade tem a formação clássica da Jamaica que notabilizou em grande escala os trios vocais. Assim formaram- se a maioria dos grupos jamaicanos, sempre trazendo um vocal líder e dois outros de fundo, no côro. As vezes os integrantes se revezam na interpretação da voz principal.

O trio vocal do Itals é formado por grandes feras como Keith Porter, Ronnie Davis e Lloyd Ricketts. Se por sua vez Keith Porter sempre teve um papel significativo principalmente na elaboração das canções, Ronnie Davis chegou a seguir carreira solo em momentos de dispersão do grupo, com relativo sucesso, já que sempre comprovou um inegável talento, desde os tempos em que fez parte da formação dos Tennors, grupo surgido na era do "Rock Steady" em 67, que já nessa época emplacou sucessivos sucessos na parada jamaicana e posteriormente na para de Londres tambem. Quando esse grupo se desintegrou, Ronnie Davis seguiu em carreira solo até passar a integrar o Itals já a partir de meados da década de 70.

O Itals é sem dúvidas um dos grandes nomes do reggae de todos os tempos, e ficará para a história da musica jamaicana com clássicos inesquecíveis como "In a dis ya time", "Don`t wake the Lion" (Não Acorde o Leão), "Seeing is Believing", "Satisfaction", "Rasta Philosophy", "Sing Farewell", "Peace and Love", entre tantos outros.

Chegando também pela primeira vez ao Brasil, terá certamente um grande impacto a sua apresentação, principalmente no Maranhão onde durante tantos anos se ouviu e dançou os seus grandes hits. Boas vindas Itals!

Integrantes

Keith Porter
Ronnie Davis
Lloyd Ricketts

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Para Recordar!

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